Ao participar do VIII Encontro Nacional dos Operadores (ENOP), no Auditório Freitas Nobre, da Câmara, em Brasília, e que reúne trabalhadores do sistema elétrico nacional, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) propôs que “o 21 de abril – dia simbólico da luta nacional pela soberania – seja marcado com a bandeira da Eletrobras, como sendo a devassa dos tempos modernos”. No encontro, os trabalhadores debatem temas específicos do setor, ora ameaçado com a privatização da estatal de energia, através da Medida Provisória 814/17, que revoga trecho da lei que define regras para a comercialização de energia elétrica no País, Lei 10.848/04, visando a inclusão da estatal no Programa Nacional de Desestatização (PND).
A MP prevê não só a privatização da Eletrobras como de suas subsidiárias: parte nacional de Furnas, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Eletronorte, Eletrosul e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE).
A parlamentar cumprimentou a categoria e os representantes de movimentos sociais e populares pela determinação e resistência, “eu diria que vocês estão acumulando forças e estou convencida da eficácia do trabalho de vocês”, ao enfatizar “a necessidade de impedir a entrega do setor tão essencial, pois significa água, energia, soberania do País, ao capital internacional”.
O risco da privatização para as populações de regiões mais distantes dos centros urbanos, a ameaça aos 7.500 empregos e o afastamento do Estado em questões essenciais foram os temas mais invocados pelos participantes.
No âmbito do PCdoB, Jô destacou outra ação que é a de obstrução do tramite da matéria na Câmara dos Deputados. Ontem, quando da realização do encontro dos eletricitários, a reunião da Comissão Mista que analisa a privatização da Eletrobras (MP 814/17) e que iria avaliar as emendas à proposição, foi cancelada. Segundo Jô Moraes, é preciso sempre atuar de forma estratégica para que a matéria não prospere na Casa. E neste sentido ela revelou posicionamento contrário até de um parlamentar da base do governo “por ter a certeza de a população não aceitará esta traição”.
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Foto: Richard Silva/Liderança PCdoB na Câmara
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